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Desromantizando a maternidade

Esses dias eu briguei com o meu filho mais velho. Ele fez algo que me deixou muito triste e ao mesmo tempo p* da vida. Um ser tão ingênuo, mais uma vez me fez enxergar o quanto sou vulnerável, e o quanto em alguns segundos sou capaz de despertar as sombras que habitam em mim em uma das minhas piores versões.

Eu me exaltei, cheguei no meu limite e perdi a boa. Sim, perdi a boa mesmo tendo consciência dos meus pontos fracos e dos dele, perdi a boa mesmo sabendo que ele tem 4 anos e eu vou fazer 30. Mesmo sabendo da lei do retorno, mesmo lendo, estudando, meditando, fazendo mantra e o caralho a quatro, mesmo assim eu me exaltei, perdi a paciência e cheguei no meu limite com o meu filho de 4 anos. Óbvio que fiquei me sentindo mal depois, naquele looping de sentimentos… (mães entenderão).

Por que eu estou dizendo isso?

Pra gente parar de ficar romantizando a maternidade. Pra gente enxergar e assumir com clareza que uma criança pode ser o nosso maior amor do mundo, mas em muitos momentos também pode nos trazer momentos desafiadores, -pra não falar outra coisa-, e está tudo bem.

“Ah, mas você é praticante de Barras de Access, faz Barras de Access sempre e você ainda pira?”

As Barras de Access com certeza transformou e transforma diariamente a minha vida, a minha maternidade, a vida dos meus filhos, e consequentemente de todos ao meu redor, mas vamos lá, eu ainda não fui canonizada. Eu sou humana, ainda sinto raiva, medo, e todas as emoções primárias…o que mudou com as Barras de Access.

Foi a frequência com que esses sentimentos me “pegam”. Hoje eu sou muuuito mais equilibrada, e a frequência desses sentimentos é muitooo menor, porém, quando acontece a diferença é que eu tenho consciência e clareza da situação. Consigo enxergar o que passou, porque meu filho agiu assim, porque eu reagi assado, e consigo sair desse cenário de caos e drama muito rapidamente (vou fazer um texto falando só sobre isso).

Agora voltando para a maternidade real…

Eu amo os meus filhos, amo tanto que não consigo imaginar a minha vida sem eles, mas mesmo amando-os mais do que tudo, mesmo assim, às vezes eu me canso deles, um paradoxo real oficial.

Às vezes, muitas vezes, tenho vontade de ficar só, as vezes eu não quero dar peito e nem quero botar ninguém pra dormir, porque na verdade eu estou muito mais interessada em ler aquele livro que tá enroscado há um tempão, mas daí o livro fica pra segundo plano, e eu também, junto com meus desejos, sonhos, e com a minha energia de fazer mil coisas acontecer… óbvio que eu sei que é uma fase, que logo passa, que eles crescem tão rápido e blablabla… e mesmo assim,  as vezes eu tenho vontade de chorar, de sair correndo sem rumo, de ficar sozinha sem ninguém me chamando.

 Às vezes eu tenho saudade da minha independência, da minha autonomia, da minha liberdade de ir e vir. Às vezes eu tenho saudade do tempo livre, das unhas feitas toda semana, de passar mais tempo cuidando de mim…  

Quero trocar de vida? Jamais!  Eu sou extremamente grata pela minha vida, pela minha história, pelas vidas dos meus filhos, e é importante ressaltar que isso não tem absolutamente nada a ver com o amor, eu amo os meus filhos mais do que qualquer coisa no mundo, isso não é uma reclamação, é um desabafo, um bota pra fora de tudo que tá entalado aqui sobre a tal maternidade que eu amo e me arrepio ao mesmo tempo. Como pode melhorar? rsrs

Esse texto também é a voz de muitas mães que calam com medo de não parecerem boas mães, com medo de serem julgadas.

O que a sociedade nos ensinou sobre a maternidade.

Fomos ensinadas que a maternidade é a coisa mais plena, maravilhosa e mágica dessa vida, tipo comercial de margarina sabe?  Essa é a ideia que nos vendem sobre a maternidade, tudo lindo, perfeito e harmônico. Mas nem tudo são flores, e porque ninguém nos fala sobre isso?

 Óbvio que a maternidade é maravilhosa, mas também é desafiadora pra caramba em muitos momentos, e a gente quase não ouve falar sobre isso, e por não ouvir falar sobre, muitas vezes sofremos caladas tentando nos enquadrar na realidade que nos vendem sobre a plenitude da maternidade. E justamente por não ouvir falar sobre, muitas vezes achamos que o problema somos nós, quando na verdade, nós só somos mulheres tentando entender como conciliar renúncias com amor e plenitude.

Eu amo os meus filhos, mas em alguns momentos eu não curto ser mãe. E para as mulheres que acham que a maternidade é só “good vibes”, tenho duas palavras para vocês, para-béns (me ensina?).

E para as mulheres que assim como eu vivem num misto entre amor e sei lá o que, sintam-se abraçadas. Tamo junta! Seguimos o baile, respirando e mantrando o mantra do Access Consciousness, “Tudo na vida vem a mim com facilidade, alegria e glória”

Ps: Finalizo este texto com lágrimas nos olhos, amamentando o meu caçula, olhando o meu mais velho dormir, emergindo nas emoções que estão vindo à tona nesse momento e perguntando ao Universo: “O que mais é possível que eu nunca considerei?”

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