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A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão é de 1789, nela é possível verificar que “Todos nascem livres e permanecem livres e iguais perante a lei em seus direitos”.
A Revolução Francesa ecoava a Declaração de Independência dos Estados Unidos, versada sobre verdades autoevidentes dos direitos inalienáveis à vida, à liberdade e à busca da felicidade.
Os revolucionários da França se inspiraram na vontade geral de Rousseau para estabelecer novos paradigmas sobre o governo.
O trabalhador majoritário era igual ao clero e à nobreza. Em nome do movimento igualitário, passaram-se no fio da guilhotina tanto o rei Luís XVI quanto os próprios líderes da revolução – como Danton ou Robespierre.
A causa da liberdade é item essencial do pacote social desde então. Em nome dela, a democracia ganhou força como modelo mais adequado a reger as relações entre os governantes e governados.
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Democracia é o regime da maioria, dos consensos alcançados pelo convencimento do eleitor para determinar quem é o governante ideal, naquele momento.
Se a maioria determina uma escolha, todos concordam em aceitar essa opção. Mesmo que parte considerável discorde dela.
É um pacto social. Se após algum tempo o governante não consegue mais o consenso da maioria, as mudanças periódicas das eleições ajustam a vontade majoritária e realiza a alternância do poder. Tudo muito óbvio e conhecido.
A minoria que é governada não pode ser subjugada, nem desrespeitada de forma agressiva.
A democracia pressupõe o respeito às minorias. A tolerância é regra básica desse pacto. Sem isso, não faria sentido aceitar as escolhas. Poder-se-ia cair em conflitos civis, guerras e destruição das relações internas de um país. O limite é legal.
O problema das redes sociais na democracia é recente. E passou a dar maior visibilidade às discordâncias da minoria, tanto a crítica justa e pertinente, quando nas agressões e impertinentes ofensas pessoais, transvestidas algumas vezes em manifestações políticas. E o inverso também se dá. Se antes esses fenômenos eram de botequim, avançam para uma arena midiática onde personagens com muitos seguidores têm alcance considerável.
Faz-se em certos casos verdadeiro linchamento virtual de pessoas que apenas defendem seus posicionamentos e opiniões, mesmo que minoritários, ou mesmo que racionais em meio a disputas apaixonadas.
Há gritos tão exacerbados e ataques tão ferozes que suplantam qualquer nível de racionalidade. No homem, o grito é animal. Se ele prevalece no debate político, é porque a razão se perdeu completamente.
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A semana teve muito da falta de tolerância nas manifestações a respeito do resultado do primeiro turno das eleições no Brasil, chegando a falta de bom senso de julgar de forma generalizada algumas regiões do país pelo resultado de suas urnas.
Mesmo que seu pensamento seja minoritário, é preciso que haja respeito às posições contrarias.
É linda a frase, não voltairiana, de que poderei não concordar com nenhuma de suas palavras, mas defenderei até a morte o direito de dizê-las.
Críticas à democracia existem porque a própria lógica do sistema o permite, nem por isso deixaremos de ter respeito ao próximo e bom senso, para discernir entre o certo e o errado.
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