
Na tarde da última terça-feira (6), uma cena rara e emocionante interrompeu a rotina apressada do centro de Tupã, reacendendo a esperança na honestidade e no valor do caráter.
O episódio teve como protagonista Paulo Sérgio, funcionário público municipal conhecido pela humildade e dedicação à coleta seletiva de recicláveis, e Gilberto, respeitado comerciante da cidade há décadas.
Tudo começou quando Gilberto, após um dia de compromissos no comércio local, perdeu um envelope com dinheiro ao descer do carro em uma das vias mais movimentadas da cidade. Sem perceber, o envelope caiu ao chão, ficando à mercê da pressa e da indiferença de quem passava.
Horas depois, já ao fim de seu turno, Paulo Sérgio seguia para casa de motocicleta quando avistou as cédulas espalhadas pelo asfalto. Parou imediatamente, recolheu o dinheiro e, sem encontrar ninguém por perto, ficou diante de um dilema silencioso: o que fazer com aquela quantia perdida?
Mesmo cansado, Paulo não hesitou em buscar o verdadeiro dono. Pensou em entregar o valor à polícia, mas decidiu tentar, por conta própria, identificar quem havia perdido o dinheiro.
Enquanto isso, do outro lado da cidade, Gilberto, em desespero, registrava a ocorrência na Delegacia de Investigações Gerais.
Foi graças à colaboração dos policiais civis que a história ganhou um final feliz. A notícia do dinheiro perdido chegou até Paulo Sérgio, que, ao saber da identidade do dono, fez questão de procurá-lo pessoalmente para devolver cada centavo, intacto e contado.
O reencontro entre os dois foi marcado por emoção e gratidão. Gilberto, já resignado à perda, abraçou Paulo como quem reencontra um irmão. O reciclador, com a simplicidade de quem age pelo certo, resumiu o gesto em poucas palavras: “Era seu. Não me pertencia.”
Em tempos em que a honestidade parece rara e a busca por vantagens fáceis se torna comum, a atitude de Paulo Sérgio é um lembrete poderoso: a grandeza humana está nos pequenos gestos, e o caráter não depende de salário, mas de princípios. Histórias como essa, embora não estampem manchetes todos os dias, mostram que ainda há quem pare a moto no meio da rua apenas para fazer o que é certo.
Porque ser honesto, mesmo quando ninguém está olhando, é o maior patrimônio que alguém pode carregar. E, graças a pessoas como Paulo Sérgio, a fé na humanidade segue viva em Tupã.