Empresária passava o carnaval com o marido, a filha, os pais e a sogra – os três já idosos – em Camburi, bairro de São Sebastião. Viagem área precisou de um pouso de emergência devido ao tempo instável.
Antes de conseguir o resgate pelo valor de R$ 15 mil, a família recebeu propostas de voos por até R$ 40 mil, segundo Pamela.
O hotel em que eles estavam, um dos poucos lugares com eletricidade e internet, já estava sem água. Além disso, o pai dela está com mobilidade reduzida devido a uma fratura no joelho, ocorrida antes da viagem.
A família conseguiu negociar um voo por R$ 15 mil, à vista. Eles precisaram da ajuda de amigos para conseguir fazer o pagamento ainda na noite de segunda-feira (20).
O carro, como a maioria dos pertences da família, precisou ser deixado para trás e Pamela ainda não sabe como vai buscar o veículo.
Pouso forçado
Após embarcar os pais e a sogra, por volta das 16h de terça-feira, Pamela ainda precisou esperar cerca de 25 minutos até a chegada de uma segunda aeronave.
“Começou a cair uma chuva, um temporal muito feio e, em 10 minutos, as ruas já estavam totalmente alagadas e o desespero foi tomando conta. Aqueles helicópteros, quatro cinco no ar e três no chão, saía um, outro pousava”, descreveu a empresária.
Mesmo com a tempestade, o helicóptero em que Pamela estava com a filha e o marido levantou voo.
“A aeronave começou a rodar, rodar, rodar e eu percebi que algo estava errado. Estávamos sobre o mar, não avistava cidade nenhuma. E não podia fazer nada porque minha filha estava apavorada”, contou.
De acordo com a moradora de Tupã, o voo para São Paulo que deveria levar cerca de meia hora já levava três horas quando foi necessário um pouso de emergência. “O piloto teve que pedir o auxílio de uma escola de aviação no meio do trajeto e pousamos no hangar deles.”
Após uma hora e meia de espera, o tempo melhorou e Pamela pôde seguir a viagem de mais 15 minutos até o heliporto no Campo de Marte, em São Paulo.
Os moradores de Tupã voltaram para casa na madrugada desta quarta-feira (22) após pegar carona com amigos que os aguardavam em São Paulo.
Para ela, as imagens do desastre do ponto de vista aéreo são piores ainda do que ao nível do solo, onde parecia uma “cena de guerra mesmo, muito feia, as pessoas chorando muito, querendo sair dali e não conseguiam”.
Por Moreno Capellanes, g1 Bauru e Marília