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Separar recicláveis em casa reduz criadouros de larvas do “Aedes Aegypti”

80% dos focos com larvas do “Aedes Aegypti” são encontrados em materiais recicláveis

Além de gerar trabalho, renda, e reduzir a quantidade de recursos naturais retirados da natureza, a coleta seletiva de resíduos sólidos secos ou inorgânicos realizado pela Cooperativa de Trabalho dos Recicladores de Tupã (Cooretup) vem contribuindo com a redução dos criadouros do mosquito “Aedes aegypti” que transmite o vírus da dengue.

Hoje a  Cooretup, seleciona por mês 75 toneladas de materiais recicláveis em média. 

Todo esse volume de recicláveis secos poderia ser ainda maior se toda a população tupãense estimada em 65 mil habitantes selecionasse em casa seus resíduos secos para serem levados até a cooperativa de recicladores que possui convênio com a Prefeitura de Tupã objetivando o recolhimento e entrega de todos os materiais recicláveis secos.

Somado a isto, houve um aumento expressivo de catadores autônomos que passam nas casas recolhendo recicláveis secos antes do caminhão da Prefeitura de Tupã passar.

O secretário de Meio ambiente, José Rodrigues, estima que existam atualmente entre 80 a 100 catadores autônomos pegando os materiais recicláveis nas ruas antes do caminhão da Prefeitura de Tupã.

“A Prefeitura não consegue fiscalizar a coleta destes materiais recicláveis realizada por estes catadores autônomos porque não tem horário para eles recolherem este tipo de resíduo”.

Disse também que muitas casas estão se transformando em depósitos clandestinos destes resíduos sólidos e que as conseqüências são danosas para a saúde da população tupãense. “Tem casas que estão se transformando em lixão”.

O diretor de Departamento de Entomologia e Endemias, Marco Antônio de Barros, disse que vem alertando a Prefeitura sobre estes catadores que fazem a coleta destes resíduos secos diariamente nas casas e estabelecimentos comerciais e que são depositados de forma irregular.

“Hoje existe um convênio entre Prefeitura de Tupã e cooperativa de recicladores e que para a formalização deste convênio é preciso obedecer requisitos como autorização do Corpo de Bombeiros, da Vigilância Sanitária, e estes depósitos irregulares são potenciais criadouros de larvas do mosquito “Aedes aegypti” e impróprios para armazenagem destes resíduos”.

Entretanto, o hábito de jogar garrafas de vidro, de plástico, de alumínio e todo tipo de resíduos que acumulem água após o consumo do produto tem gerado efeitos nocivos para a população tupãense assim como para outras comunidades do país onde parte dos resíduos sólidos ainda vão parar diretamente em lixões, aterros controlados, na própria via pública, terrenos baldios e praças públicas.

Barros informou que 80% dos 2.385 focos contendo as larvas do Aedes aegypti são de materiais recicláveis secos que deveriam ser separados nas casas e encaminhados para a coleta seletiva de recicláveis.

A enfermeira, Joselaine Pio Rocha, do Departamento de Vigilância em Saúde, acrescentou que as larvas do mosquito estão mais resistentes que no passado.

“Antes as larvas do mosquito se desenvolviam em água limpa e hoje observamos que também crescem em água suja”.

E acrescentou que os agentes de combate a endemias estão encontrando também larvas do Aedes aegypti em piscinas, calhas e pneus.

O Departamento de Endemias informou que desde o inicio do ano até sexta –feira, 956 pessoas já tinham sido infectadas pelos vírus da dengue. Para diminuir os casos de dengue, Barros informou que a Prefeitura de Tupã encaminhou um Projeto de Lei à Câmara Municipal que prevê um aumento no valor da multa para o morador da casa que for encontrado criadouros contendo larvas do mosquito transmissor da dengue.

A professora de educação ambiental, Angélica Morales, da Unesp de Tupã, disse que é muito importante a separação dos resíduos. “Se os moradores dentro de suas residências ou gestores fizerem sua parte de separar corretamente os resíduos, toda comunidade ganha, como a diminuição da contaminação do solo, do lençol freático, das vias urbanas, entre outros”.

Angélica lembrou que a coleta seletiva também diminui o uso de recursos naturais (matéria prima da natureza), o mal cheiro e disseminação de doenças. “Tais benefícios contribuem para o reaproveitamento de materiais e para uma reciclagem eficiente.

As ações que contribuem para coleta setiva devem iniciar nos nossos espaços de convivência e a responsabilidade é individual e coletiva”.

Atualmente todo o lixo doméstico coletado pela Prefeitura de Tupã, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, cerca de 70 toneladas em média por dia, é encaminhado para Quatá.

Hoje, o Brasil produz 217 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos por dia. Desta imensidão de resíduos sólidos urbanos, somente 2% dos recicláveis secos é reaproveitado.

O descaso com a destinação correta dos resíduos sólidos urbanos no país ainda é grande e os efeitos são incalculáveis para o meio ambiente e para a saúde pública da população que depende dele. Mas os governos, empresas e sociedade estão atentos a este cenário.

Mais de 61% das cidades faziam o descarte inadequado de lixo em 2010. Em 2019, essa proporção caiu para 56%.

*Por Marcus Guilherme Bianchi Yano; jornalista, bacharel em Direito e membro do Rotary Vanuíre de Tupã

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