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Dr. Renan Giardulli e a enfermeira Mayara Yano relatam em entrevista o dia a dia da Santa Casa de Tupã

Médico e enfermeira estão à frente da UTI da Santa Casa de Misericórdia de Tupã desde o início da proliferação do coronavírus no município

A cidade vem há 60 dias enfrentando a ocupação total de leitos destinados a infectados pelo novo vírus, e atualmente a enfermaria gira em torno de 70% a 100% de doentes internados, números que mudam todos os dias.

Tupã foi uma das únicas cidades da região a manter em funcionamento todos os leitos exclusivos para pacientes de covid-19, e por muito tempo teve a maioria de ocupação por pacientes transferidos de outros municípios, de vários locais do estado, por falta de espaço nos hospitais de suas origens.

Dr. Giardulli ressaltou que o trabalho no hospital é administrado diariamente para que não ocorra de pacientes ficarem sem atendimento por falta de vagas: “Estamos conseguindo atender todos os doentes que necessitam de cuidados hospitalares, em algumas ocasiões, conseguimos resolver o problema no máximo em algumas horas, o número de internados é alto e também precisamos atender toda a nossa região”, destacou.

Os pacientes das cidades vizinhas sempre foram dependentes da unidade de saúde de Tupã, o coronavírus apenas evidenciou a situação que a cidade vive há muitas décadas.

“O volume de internações de duas semanas até a data de hoje teve uma leve queda, porém o número de pacientes de menor faixa etária aumentou, não só pela potência maior do vírus, mas também por que os idosos estão sendo vacinados, os suscetíveis da vez são os jovens. Já que uma a probabilidade de reinfecção é quase nula”, contou Dr. Renan.

Dia a dia de um infectado

A internação devido ao coronavírus geralmente é longa e difícil, o paciente fica em isolamento, não sendo permitido contato com outros doentes do mesmo vírus e nem acompanhante: “Enquanto o paciente está com sintomas leves, ainda é permitido usar o celular, se a situação se agrava o aparelho é retirado do mesmo, são cuidados intensos, muita medicação, exames diários e dolorosos”.

Ele ressaltou que o lado emocional fica abalado e o nível de stress mental elevadíssimo diante de tantos fatos enfrentados dentro do hospital.

As sequelas do coronavírus são uma realidade, e as lesões pulmonares levam até 90 dias para se normalizar, dentro desse período a pessoa fica sequelada, com falta de ar, cansaço, muitas dores, além de que o covid não é uma exclusividade do pulmão.

“Devemos levar em consideração que o pós-covid pode trazer diversas consequências que não afetam só a saúde, as pessoas podem ficar incapacitadas por 60, 90 dias sem poder trabalhar e isso financeiramente também pode ser um prejuízo absurdo. As pessoas precisam se conscientizar. Elas precisam ter consciência. Saiam para trabalhar de maneira organizada, a vacina está vindo aí, de forma lenta, mas já é uma realidade”, finalizou o médico.

Mayara Yano, enfermeira da linha de frente da UTI destinada a casos graves de coronavírus, falou como funciona a intubação de pacientes: “Todos os pacientes que evoluem para intubação são induzidos ao coma por medicação, a maioria está consciente e são comunicados do próximo passo, a família também é informada sobre o agravamento do caso”, relatou a enfermeira.

“Desde o começo da pandemia, mantemos o vínculo familiar do internado com os seus entes queridos, o paciente que está impossibilitado de se comunicar através do seu próprio celular, fazemos vídeos-chamadas com os telefones da entidade, sempre no período noturno, para que eles possam matar a saudade”, contou Mayara.

Um dos temores da profissional de saúde é levar o vírus para casa, ela relata que logo no início da pandemia foi infectada, mas sua família nunca pegou a doença. A maioria dos funcionários do hospital dividem esse receio, a exaustão física e psicológica são companhias diárias durante os plantões.

“Além dos cuidados físicos, acabamos auxiliando também o psicológico do atendido durante essa difícil fase, todos chegam com medo, sem exceção, até criamos uma biblioteca para que eles possam passar o tempo de maneira mais leve, todos os livros são fruto de doações”, frisou Yano.

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