
Na manhã desta terça-feira, 8 de julho, sindicatos de bancários de todo o país, em conjunto com federações e entidades sindicais, realizam o Dia Nacional de Luta dos Trabalhadores do Itaú. Em Tupã, o Sindicato dos Bancários de Tupã e Região promove panfletagem e diálogo com a população, alertando para os impactos do fechamento de agências, sobrecarga de trabalho e demissões no maior banco privado do Brasil.
O Itaú Unibanco registrou um lucro líquido recorrente de R$ 11,1 bilhões no primeiro trimestre de 2025, crescimento de 13,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar do resultado financeiro expressivo, o banco fechou 227 agências físicas em 12 meses, superando a média anual de encerramentos dos últimos anos. Essa política resultou em 1,4 milhão de clientes a menos e em superlotação das unidades remanescentes, segundo dados de sindicatos e do próprio banco.
O fechamento das agências afetou diretamente mais de 2 mil funcionários, dos quais apenas cerca de 75% foram realocados em outras unidades ou áreas. Sindicatos denunciam que a sobrecarga de trabalho aumentou significativamente, com equipes reduzidas enfrentando metas consideradas abusivas e pressão constante por resultados. Clientes, especialmente em cidades do interior e bairros periféricos, relatam dificuldades de acesso ao atendimento presencial, agravando a exclusão bancária.
O movimento sindical exige:
- Fim das metas abusivas e das demissões
- Contratação de mais trabalhadores
- Reabertura de agências essenciais
- Segurança e dignidade para quem trabalha
A mobilização nacional visa denunciar o abismo entre os resultados financeiros do banco e a realidade enfrentada por quem constrói esses números diariamente nas agências e departamentos.
Carlos Lopes Bueno, presidente do Sindicato dos Bancários de Tupã e Região, destaca: “Com mais de R$ 11 bilhões de lucro só no primeiro trimestre de 2025, o Itaú fecha agências, demite, sobrecarrega equipes e ignora sua responsabilidade social. O Dia Nacional de Luta dos Trabalhadores do Itaú denuncia o abismo entre os resultados financeiros do banco e a realidade enfrentada por quem constrói esses números. Não aceitaremos metas abusivas, demissões e o desmonte do atendimento presencial. A luta é de todos: bancários, clientes e a sociedade.”
A digitalização dos serviços bancários é apontada pelo banco como justificativa para o fechamento das agências, mas representantes sindicais alertam para o impacto negativo sobre trabalhadores e a população, sobretudo os mais vulneráveis. O movimento sindical reforça que o lucro recorde do Itaú não pode ser sustentado à custa do adoecimento dos bancários e da precarização do atendimento à sociedade.